O Tempo Geológico

Tempo geológico? Que Tempo é esse?

Existem “vários  tempos”, isto é, tempo geológico, tempo estratigráfico, tempo dinâmico, ect… mas vamos-nos inclinar mais para o tempo geológico.

O tempo geológico representa a linha do tempo desde o presente até a formação da Terra, dividida em éons,eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos geológicos da história do planeta. Embora devesse servir de marco cronológico absoluto à Geologia, não há concordância entre cientistas quanto aos nomes e limites de suas divisões.

Tempo Geológico

Tempo Geológico

 

Uma breve passagem pela eras e éons:

Um breve filme sobre a formação do Sistema Solar até aos tempos de hoje (actualidade):

Como se consegue prever/descrever o tempo ou história geológica?

Pois bem, os fósseis são os pincéis mais importantes para se poder desenhar a história da terra!

Comecemos por lhe explicar o que é um fóssil:

  Um Fóssil é um resto de uma planta ou animal, preservado na rocha. Com frequência, apenas as partes mais duras, como dentes e ossos, são preservadas. As outras partes decompõem-se. Mesmo quando não resta nenhuma parte do animal, o seu corpo faz uma cavidade na rocha, deixando impressa a sua forma exacta. Às vezes o animal deixa as marcas das patas ao passar pela areia ou lama. Uma única impressão permite determinar o tamanho do animal .

Os fósseis levam milhões de anos para se formar.

Maioritariamente é através dos fósseis que se consegue “reviver” o passado, por outras palavras, é através deles que se consegue ver o que se passou anteriormente, à milhões de anos. É dessas descrições que se consegue fazer um tempo geológico.

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Fóssil de um Futabasaurus-suzuki

Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_tempo_geol%C3%B3gico

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Geologic_Clock_with_events_and_periods_pt.svg

http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3ssil

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Futabasaurus-suzukii_fossil-rock_replica_at_Tokyo_NSM.jpg

Descontinuidade e continuidade em Geologia

O que é uma descontinuidade?

O termo descontinuidade é usado na ciência da geologia para designar as camadas de transição, tanto no interior da Terra, onde há diferença na densidade da rocha constituinte, quanto para designar diferentes fácies sedimentares

Existem 3 tipos de classificação de descontinuidades:

  • Descontinuidades sedimentares
  • Descontinuidades estratigráficas
  • Descontinuidades diastróficas

Quanto à primeira descontinuidade é “localizada” entre duas lâminas correspondentes a marés sucessivas correspondem-te a um intervalo de tempo muito curto. A extensão é métrica a decamétrica e podem corresponder a simples ausência de deposição (descontinuidade passiva) ou a destruição parcial ou total da lâmina anterior (descontinuidade erosiva).

A Segunda descontinuidade diz que quando duas unidades são separadas por um intervalo de tempo considerável diz-se que há descontinuidade estratigráfica (ausência de uma biozona, por exemplo), muitas vezes esta lacuna estende-se por dezenas de quilómetros.

Por último, a descontinuidade diastróficas que diz que quando à ausência de determinada unidade geológica se junta deformação tectónica (discordância angular).

Descontinuidade

Descontinuidade

Descontinuidades angulares

Descontinuidades angulares

As descontinuidades podem apresentar manifestações entre o contacto de unidades litológicas:

Concordante – Sempre que há continuidade entre unidades sucessivas;
Paraconformidade – Não há diferença de atitude entre unidades sobrepostas ainda que, às vezes, faltem diversos conjuntos líticos; é comum faltarem depósitos correspondentes a vários milhões de anos (ex: contacto entre o Cretácico inferior e o Miocénico inferior na praia do Canavial, Lagos);
Não conformidade ou Discordância heterolítica – Contacto entre um conjunto sedimentar e um corpo ígneo ou conjunto metamórfico mais antigo;
Disconformidade – As camadas são paralelas de um e de outro lado da superfície mas esta não é conforme com a estratificação;
Discordância angular – As inclinações do conjunto inferior e superior são diferentes, fazendo um ângulo entre si;
Discordância progressiva – Quando os diversos níveis vão fazendo ângulos progressivamente diferentes com o substrato;
Intrusivo – Quando um corpo ígneo atravessa outros corpos líticos.

Mecânico – falha e o deslizamento.

O que é uma discordância?

 Uma discordância é uma superfície erosiva que separa duas massas de rochas sedimentares ou estratos de diferentes idades, indicando que a deposição de sedimentos não foi contínua.

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Discordância angular

Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Descontinuidade

http://geomeninas12h.blogspot.pt/2010/11/descontinuidade-e-continuidade.html

http://estratusgrafus.blogspot.pt/2008/11/descontinuidade-e-continuidade.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Discord%C3%A2ncia

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ec/Tuffiet_in_de_Eifel.jpg/400px-Tuffiet_in_de_Eifel.jpg

Ciclos eustáticos

Como se define Ciclos eustáticos?

Defini-se Ciclo eustático como movimentos verticais que ocorrem ao nível dos oceanos. Estes movimentos provocam a alteração no volume de água e no tamanho das bacias oceânicas ao longo do tempo. São períodos de tempo de subida ou descida do nível eustático.  A mudança do nível do mar pode estar relacionada com factores locais ou globais.

Como sabemos o nível do mar não permanece constante ao longo do tempo, ele varia devido a:

  • Variação da quantidade de água presente nos oceanos, devido a mudanças climáticas sobre áreas extensas, a quais provocam o aprisionamento da água sob a forma de gelo ou a sua libertação por fusão. Como o processo é controlado pela quantidade de gelo, é por vezes referido como glacioeustasia. As variações glacioeustáticas podem resultar de:
    • Fusão dos glaciares e das calotes polares no termo das idades do gelo, o que conduz a subida eustática do nível do mar, com o consequente avanço das águas sobre a terra e fazendo penetrar o mar nos vales costeiros. Este avanço do mar sobre a terra emersa é designado em geologia por transgressão.
    • Aprisionamento de água em massas de gelo (glaciares e gelos polares) durante os períodos de arrefecimento global que levam às glaciações. A diminuição do volume de água nos oceanos provoca a descida eustática do nível do mar, deixando emersas terras que antes eram fundos oceânicos. Este recuo dos mares é designado em geologia por regressão.
  • Mudança do volume das bacias oceânicas (como que a que ocorreu com o alargamento do Oceano Atlântico).
  • Libertação ou aprisionamento de grandes volumes de água em lagos ou mares interiores, como o que aconteceu no final da última glaciação com a formação do hoje desaparecido Lago Agassiz no centro do continente norte-americano.
  • Alteração do volume das águas do mar devido à expansão ou contracção térmica causada pela variação significativa da sua temperatura (a nível global). O processo é em geral designado por estereoeustasia, por depender de variações volúmicas, causando regressão ou transgressão consoante haja contracção ou expansão.

Quando se usa a expressão eustasia relativa está-se apenas a indicar uma variação do nível do mar sem especificar a sua causa.

Ciclo eustático

Ciclo eustático

O conhecimento deste tipos de factores permite-nos classificar os ciclos eustáticos em:

-Ciclos de 1ª ordem (Megaciclos)  – Referência global (vários ciclos de 2ª ordem). São limitados por mudanças tectónicas de grande expressão tais como a ruptura de supercontinentes e subsequente redistribuição das placas, todavia estes limites são difíceis de discernir, o que provoca alguma discussão. A nível regional caracterizam-se pela individualização de uma bacia sedimentar, enquanto que a nível global se reflectem por episódios de inundação de extensas áreas continentais.
-Ciclos de 2ª ordem (Superciclos) – baseiam-se nos depósitos e enchimento de 1 ou mais bacias sedimentares (vários ciclos de 3ª ordem). Os seus limites são definidos por abaixamentos bruscos do nível do mar.
-Ciclos de 3ª ordem – São definidos por mudanças relativas do nível do mar, resultantes de factores globais ou regionais, sendo estes factores dos tipos tectónico ou climáticos.

Bibliografia:

– Vera Torres, J A (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.

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Lei de Walther de fácies

O que são fácies? 

O termo “fácies” em estratigrafia em sido usado com os seguintes significados:

  • Aparência de um corpo rochoso;
  • Composição ou natureza actual de um corpo rochoso;
  • O corpo lítico em si mesmo, identificado pelo seu aspecto ou composição;
  • O ambiente em que o corpo lítico se formou

Em regra o termo fácies é usado para caracterizar as rochas de um dado ambiente. Assim, um terreno metamórfico com numerosos tipos líticos pode ser cartografado como uma só fácies metamórfico se admitirmos que todas as rochas se formaram nas mesmas condições de pressão e temperatura. Do mesmo modo, as fácies sedimentares podem agrupar diferentes litologias partindo do princípio que os diferentes tipos litológicos representam vários sub-ambientes de um ambiente sedimentar.

Segundo a classificação geral de Weller, podemos agrupar as fácies em 3 tipos:
– Fácies Petrográficas (tipo I) – fácies definidas com base no aspecto ou na ccomposição petrográfica.
– Fácies Estratigráficas (tipo II) – corpos líticos com forma variada, com composição característica e separadas de outros pelas suas relações tri-dimensionais, limites e relações estratigráficas mútuas.
– Fácies Ambientais (tipo III) – fácies definidas com base no ambiente de génese dos corpos líticos. O ambiente é tomado em sentido amplo: litológico (nomeadamente sedimentológico) biológico, tectónico, etc. Este tipo de fácies é o que mais se aproxima da definição clássica baseada no aspecto, ou características de uma dada rocha.

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Afinal quem era Walther, ou melhor Johannes Walther?

Johannes Walther nasceu 20 de Julho de 1860, em Neustadt an der Orla , Alemanha. Foi um geólogo alemão que descobriu importantes princípios da estratigrafia, incluindo a Lei de Walther de fácies.

Lei de Walther

A lei de Walther de fácies, ou simplesmente Lei de Walther,  afirma que a sucessão vertical das fácies reflecte mudanças laterais no meio ambiente. Por outro lado, ele afirma que quando um ambiente de deposição “migra” lateralmente, os sedimentos de um ambiente de deposição vão “deitar-se” um em cima do outro.

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Bibliografia:

http://stratumfossilis.blogspot.pt/2010/11/facies-e-lei-de-walther.html

http://geosciences08.blogspot.pt/2008/10/lei-de-walther.html

http://3.bp.blogspot.com/_-79hq1-2PPw/TSG5ZDN3viI/AAAAAAAAABQ/MnU205JEacE/s1600/Lei_de_Walther.jpg